quinta-feira, 23 de abril de 2015

TENENTE  PEDRO WILSON TEISEN



Oriundo de importante família santamarense o Sr. Pedro Wilson Teisen nasceu em Santo Amaro à primeiro de maio de 1897. Fez seus estudos primários na própria cidade e os secundários no tradicional “Gymnásio do Estado”, atual Escola Estadual São Paulo, localizada no bairro do Brás. Formou-se engenheiro agrimensor em 1916 tendo trabalhado no interior de São Paulo e Minas Gerais, especializando-se em medição, divisão e demarcação de terras, plantas, orçamentos, construção de edifícios, etc.

Trabalhou como engenheiro da The Light & Power Co. Ltd. sob a chefia de Mister Luiz Toftd’ahl, engenheiro residente da poderosa empresa.

Um tempo depois montou escritório profissional à Praça Floriano Peixoto, número 403 onde também residia com sua esposa Sra. Honoria Teisen.

Foi figura de grande relevo na sociedade local, tendo ocupado vários postos políticos e sociais de importância. Foi membro do diretório municipal do Partido Republicano Paulista – PRP e um dos diretores do Clube dos Bandeirantes. Fez parte das diretorias do Clube Progresso e Federação dos Voluntários.


Paulista muito orgulhoso de seu estado,foi um dos primeiros a responder ao apelo de São Paulo por ocasião da Revolução de 1932. Integrou a Companhia Isolada do Exército de Santo Amaro – CIESA com o posto de 1º tenente voluntário. Foi ainda subcomandante da Companhia quando da transferência do tenente Mouphir Figueiredo para o setor norte dos combates ainda no início da campanha. Junto à CIESA praticou diversos feitos de bravura e atos heroicos que atestaram sua fortaleza de ânimo e sua fé nos ideais que moveram São Paulo na inesquecível epopeia cívica de 32.


BIBLIOGRAFIA


Caldeira, João Netto. “Álbum de Santo Amaro: A História dos Santamarenses”. Ed. Bentivenga e Netto, 1935
A IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SANTO AMARO



A imigração alemã no Brasil começa na década de 1820 quando, por meio de um decreto, Dom João VI convida diferentes regiões da Alemanha a enviarem seus excessos populacionais ao Brasil a fim de aqui estabelecerem colônias. Naquele ano é fundada a colônia agrícola de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, que recebeu 265 famílias de suíços católicos, num total de 1458 imigrantes, os pioneiros da imigração germânica no Brasil.

Já no Primeiro Reinado, em 1825, Dom Pedro I (cuja primeira esposa, D. Leopoldina, era de origem germânica) determina a ida do major Jorge Antônio Von Schaeffer às regiões da Áustria, Prússia e Bavária. Sua missão era a de contratar militares para ajudar na consolidação da independência no sul do país e ainda buscar colonos agrícolas para o trabalho em províncias como a de São Paulo. Estando a Europa e em especial a Alemanha passando por grave recessão econômica, não foi difícil para o major Von Schaeffer recrutar um grande número de alemães dispostos a começar uma nova vida no Brasil.

Em 1827 chegam, ao Rio de Janeiro as primeiras famílias. Depois de algum tempo são reembarcadas com destino ao porto de Santos onde aportam a 13 de dezembro daquele ano. Eram 149 famílias, num total de 926 indivíduos dos quais 72 não casados.

Na província de São Paulo foi nomeado diretor da colônia o Dr. Justiniano de Melo Franco, fluente no idioma alemão por haver estudado medicina na Alemanha. Coube a ele encontrar o melhor lugar para a instalação da colônia. Foram cogitadas localidades como Juquiá, São Vicente, Itanhaém, mas em um primeiro momento nada estava ainda resolvido.
O Dr. Justiniano acabou por se decidir por um conjunto de terras devolutas (pertencentes à Coroa) localizadas em Santo Amaro, que distavam 4 léguas ao sul do centro da freguesia (atual distrito de Parelheiros). Ali estabeleceram-se 94 famílias num total de 336 indivíduos originários na sua maioria das regiões da alemãs da Prússia e da Renânia, região de Rundsrueck. Entre aquelas que originalmente se estabeleceram em Santo Amaro estavam as famílias Kirst, Sellig, Klein, Gilcher, Helfstein, Schunk, Conradt, Schneneider, Theisen, Kaspers, Schmidt, Gottfried, Reimberg, entre outras.

Para se estabelecerem como colonos receberiam incentivos do Governo Imperial tais como: recebimento em doação de terra virgem para o cultivo; auxílio financeiro diário por um ano e meio; animais domésticos de tração como cavalos e bois; ferramentas; semantes; isenção de impostos; assistência médica, educacional e religiosa (católica).

Mas o prometido pelo governo não veio e os alemães ficaram à própria sorte. Como se isso não bastasse, passaram por uma série de dificuldades. A terra recebida não se mostrou fértil como o prometido. Os colonos passaram a ser acometidos por doenças tropicais e sem assistência médica e longe dos grandes centros passaram a morrer. Cristãos protestantes, não podiam professar sua crença abertamente (o que era vedado pela Constituição de 1824). Acabavam batizando seus filhos na Igreja Católica e enterrando seus mortos junto a lápides católicas o que não era visto com bons olhos pelos católicos. Apenas na década de 1840 construíram um pequeno templo e um cemitério.

Apesar das dificuldades prosperaram. Graças ao trabalho desses imigrantes Santo Amaro já era considerada, a meados do século XIX, o “celeiro da capital”, responsável pela maior parte dos produtos vendidos no Mercado de São Paulo tais como feijão, milho, arroz, mandioca e batata inglesa, sendo que Santo Amaro foi, por muito tempo, o único produtor nacional desse tubérculo tão importante para a culinária alemã. Os alemães ainda comercializavam em São Paulo: gado, aves, madeira, carvão, tijolos todo levado à capital em carro de boi principalmente até a entrada em atividade dos primeiros trens a vapor, com destino à Capital em 1886.

Os colonos foram aos poucos se misturando à população rural de Santo Amaro. Tamanho era o isolamento desses alemães e a falta de instrução formal em escolas para seus filhos (e dos intérpretes prometidos) que aos poucos os imigrantes e seus descendentes foram perdendo a língua, as tradições e os costumes alemães. Essa falta de educação formal contribuiu ainda para a alteração na grafia de seus sobrenomes. Dessa forma Gottfried transmudou-se para Gotsfritz, Kasper para Casper (ou até Gaspar), Gilcher para Guilger, Sellig para Zilling, entre outras alterações. Costumes culinários como o consumo do joelho de porco, dos cremes de leite, dos chucrutes foram substituídos pelos brasileiríssimos feijão com arroz, mandioca, farinha e palmito que iam buscar no mato. O isolamento e dificuldade de acesso à educação formal contribuíram em muito para o acaboclamento dos alemães o que deu origem aos famosos “caipiras alemães” ou “caboclos loiros” de Santo Amaro.

Os alemães fundaram vilas no interior de Santo Amaro como as do Cipó e a de Parelheiros. Para poderem se locomover entre a mata fechada abrem estradas interligando as vilas e fazendas com o centro da cidade.

Com o passar dos anos a colônia se desfez (em 1847 só restavam na colônia 9 famílias) e muitas famílias a deixam com destino a outros pontos da zona rural do município. Algumas migram para a zona urbana em busca de novas oportunidades no comércio e nos serviços, inclusive o público. Habilidades mecânicas eram raras no Brasil daquele tempo e por isso mesmo bem pagas. Assim, apareceram alguns oficiais mecânicos, um alfaiate, um sapateiro, tanoeiros, serralheiros e torneiros entre os alemães de Santo Amaro.

Em 1883 assume o cargo de vereador o primeiro descendente de alemães: Antonio Theisen. Nas legislaturas seguintes outros como os famosos Luiz Schmitdt, José Guilger, Frederico Hessel, Adão Helfestein, etc. Alguns deles inclusive chegaram a ocupar a prefeitura do município.

No início do século XX dentre as personalidades mais importantes de Santo Amaro estavam descendentes daqueles pioneiros que com muito trabalho e disciplina germânica conquistaram o progresso em suas novas vidas nas terras tupiniquins.

A família Peggau em Santo Amaro

O alemão Andreas Peggau saiu da Alemanha, mais precisamente da cidadezinha de Konigslutter, Baixa Saxônia, com destino ao Brasil no final do século XIX. Viúvo, estabeleceu-se na cidade de Gaspar, Santa Cararina com suas duas filhas Auguste e Katharine.  Lá dedicou-se ao trabalho em serrarias juntamente com outros parentes que antes dele haviam imigrado para o Brasil. Aqui contrai novo matrimônio com Emilie Peggau, brasileira nascida em Blumenau/SC, filha de alemães. Tiveram 7 filhos: Otto, Klara, Ida, André, Helena, Augusto e Germano (de quem descende o autor deste blog).


Cidade de Konigslutter, Alemanha



No começo da década de 1910 Andreas Peggau e sua família mudam-se para Santo Amaro atraídos pela grande quantidade de alemães bem estabelecidos no município.

Viveu por muitos anos na Rua Jupi, uma travessa da Avenida Barão do Rio Branco.
Faleceu em 1944 tendo sido sepultado no Cemitério Municipal de Santo Amaro.


Andreas e Emilie Peggau com os netos no final da década de 30



REFERÊNCIAS

BERARDI, Maria Helena Petrillo. Santo Amaro Memória e História – da botina amarela ao chapéu de couro. Scortecci Editora: São Paulo, 2005.
Wikipedia

Arquivos pessoais 

sábado, 21 de março de 2015



O MÁRTIR SANTAMARENSE DE 1932



Delmiro Sampaio (Voluntário)


No combate travado pela Cia Isolada do batalhão Santo Amaro em Lageado[1], distante sete quilômetros de Xiririca[2], frente sul-littoral, Delmiro Sampaio morreu a 2 de outubro[3], alcançado em cheio por uma rajada de metralhadora. Elle se afastara dos companheiros na direção do adversário a ponto de desarticular-se. Pressentido, foi visado e morto. Sepultado no próprio local de sua morte, seus despojos foram posteriormente trazidos para Santo Amaro[4].

Dados Biographicos: Delmiro Sampaio era natural de Pernambuco[5], e contava, aproximadamente, 22 annos de edade[6]. Era um rapaz alegre a folgazão, muito conhecido pelo appelido de "Pernambuco". 



Trecho extraído do livro "Cruzes Paulistas", página 148, publicado em 1936 (ipsis litteris).




Notas do autor do blog:

[1] Hoje parte do município de Iporanga/SP
[2] Atual município de Eldorado/SP
[3] Último dia de combates da Revolução de 32
[4] Onde ficaram enterrados no Cemitério de Santo Amaro até serem transferidos para o Monumento Mausóleu do Ibirapuera em 1957
[5] Há controvérsias sobre a naturalidade do voluntário: Pernambuco ou Ceará
[6] Há relatos, nunca confirmados, de que teria deixado um filho




Capa do livro "Cruzes Paulistas"

Restos mortais de Delmiro Sampaio em columbário no Mausoléu do Ibirapuera

Monumento Mausoléu do Ibirapuera (Obelisco)

Região do Vale do Ribeira onde a Companhia Isolada de Santo Amaro combateu em 1932








quinta-feira, 12 de março de 2015

SANTO AMARO E O NOVE DE JULHO





Santo Amaro e São Paulo sempre marcharam juntos na luminosa história de nosso amado torrão natal. Quem se dispuser a analisar o nascimento e o crescimento da metrópole paulistana, encontrá, sem dúvida, plasmada em magníficos feitos de arrojo e patriotismo, a colaboração eficiente da gente santamarense que jamais mediu sacrifícios para auxiliar a sua co-irmã de quatrocentos anos.

Por isso mesmo as datas históricas paulistanas são, igualmente, fatos grandiosos para Santo Amaro que, seguindo-lhe os exemplos, caminha para uma situação de inenarrável grandeza, unindo-se assim as duas cidades, num todo indissolúvel e que mostrará à posteridade como duas regiões que poderiam degladiar-se na conquista de uma superioridade tão desejada, souberam coligar-se para seguirem igual destino e igual caminho sem recalques de ódio ou de inveja. Uma prova do que afirmamos reside, sem dúvida na recente demonstração de paulistanidade que se verificou em 9 de julho próximo passado, quando a maior data brasileira do após independência foi condignamente festejada por todos os filhos desta cidade como se a efeméride fosse realmente sua, unicamente sua.

Vimos, nós cidadãos de Santo Amaro, com orgulho insopitável, raiar aquele dia que relembrou o da redenção nacional ocorrido vinte e dois anos antes, não havendo ninguém que se mantivesse frio e impassível diante de tão magnífico evento. A cidade ficou em festas; o povo vibrou pelas ruas embandeiradas; a mocidade fremiu de patriotismo e sentiu o mesmo desejo de sacrificar a vida, se necessário fosse, para que o Brasil continue livre e para que São Paulo seja exaltado.

Diante daquela exuberante demonstração de elevado patriotismo, não pudemos, nós também, conter o sentimento avassalador que nos apoderou, que nos fez retroceder através dos anos, rememorando aqueles dias de sacrifícios, de sofrimento físico, de incertezas, mas que eram preenchidos totalmente pela satisfação espiritual de que estávamos lutando por um princípio de justiça e de liberdade. Foram três meses de lutas e canseiras tremendas nas trincheiras, mas ninguém, dos que ficaram na retaguarda, descansavam mais. Velhos, moços, mulheres e crianças, todos, em suma, trabalhavam arduamente e, se no "front" a juventude combatia, sob a direção dos homens mais experientes, nas cidades e vilas as mulheres e crianças prestavam a sua ajuda eficaz, quer costurando uniformes, manipulando remédios, preparando refeições, fabricando munição e fundindo capacete de aço...

Foram dias de gloriosa existência vivida por um povo forte a audaz, um povo que mostrou a seus irmãos de todo o Brasil que sabia lutar tanto como construir a golpes de audácia a sua maravilhosa civilização e progresso indestrutíveis. Se, agora, com o coração amargurado, verificamos que uma pleiade de maus paulistas e de maus brasileiros estão conduzindo o nosso Estado à ruína, ao nosso coração repugna aceitar essa verdade quando no "écran" do pensamento outra verdade mais palpitante surge para combater a nossa tristeza: a de que um outro 9 de julho poderá surgir a qualquer momento, porque o fogo sagrado que ardeu na alma dos paulistas de 32, ainda está latente no sentimento de todos os bandeirantes de hoje. 

Por Venâncio de Mello


Publicado na Revista Interlagos edição de julho de 1954

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015



MUSEU DE SANTO AMARO


Criado em 14 de janeiro de 1998, o Museu de Santo Amaro, depois de passar por uma reforma, reabriu à visitação pública neste mês de janeiro de 2015. O museu é mantido pelo Cetrasa (Centro de Tradições de Santo Amaro) e contém uma série de artefatos históricos ligados à Santo Amaro em seu acervo: fotos, objetos, obras de arte, cartazes, peças de vestuário e uma série de outros itens destinados à resgatar e preservar as raízes históricas e culturais do "Bairro Cidade".



Chamam a atenção um ambiente dedicado à memória da Romaria Santo Amaro - Pirapora do Bom Jesus (que começou em 1920), um ao trabalho do artista plástico Julio Guerra (o "pai" da estátua do Borba Gato) e um pequeno espaço dedicado à participação santamarense na Revolução Constitucionalista de 1932:

Farda Constitucionalista em exposição





Medalha Comemorativa dos 50 anos da Revolução de 32


Capacete de aço de 3º sargento



Grupo de oficiais do 2º Batalhão Auxiliar da Força Pública em Santo Amaro para a formação do batalhão local. Em frente ao coreto da Praça Floriano Peixoto:1) Dr. Luis de Souza Faria; 2) Washington Franco; 3) Desembargador Breno Caramuru Teixeira; 4) Dr. Deusedit Lopes




Descendente de duas importantes famílias santamarenses o voluntário Pedro Zillig Rochel 

O museu está localizado na Av. Professor Maynard de Araújo, 32 e está aberto à visitação pública de segunda a sexta-feira das 9 às 16 horas. A entrada é franca.

Fan Page no Facebook: Cetrasa - Museu de Santo Amaro









sexta-feira, 12 de dezembro de 2014


OS SERVIÇOS DE APOIO ÀS TROPAS NO ESTADO E EM SANTO AMARO

Durante todo o período de duração da Revolução, foram organizados serviços civis, voluntários, de apoio às tropas que se encontravam no front. Em especial, foram as mulheres paulistas que organizaram a maior parte desses serviços, após verem filhos, irmãos, pais, cunhados partirem para a guerra em todas as frentes de combate pelo Estado.

Sabe-se que aproximadamente 72.000 mulheres trabalharam como voluntárias somente nas oficinas de costura que produziram em vinte dias 60.000 fardamentos. Até o final de setembro de 32, às vésperas do fim dos combates, essas mulheres haviam confeccionado mais de 450.000 fardamentos (lembrando que por São Paulo não lutaram mais do que 30.000 soldados).

A Cruz Vermelha ministrava cursos rápidos de enfermagem à moças solteiras e senhoras viúvas que iam atender aos feridos em hospitais de campanha, muito próximos de onde se travavam os combates.

Vários municípios paulistas ganharam Casas do Soldado, onde combatentes em licença eram alimentados, fardados, recebiam atendimento médico não emergencial e tinham a disposição uma cama para dormir depois de muitas vezes passar dias dormindo dentro das trincheiras.

As mulheres organizaram ainda grupos assistenciais que davam suporte às famílias dos soldados combatentes em todas as suas necessidades (entre eles a "Cruzada Pró Infância"). Participaram ainda as mulheres paulistas na preparação de alimentos que eram distribuídos nas linhas de frente e na famosa campanha do "Ouro Para o Bem de São Paulo".

Os serviços de apoio conduzidos por mulheres foram capazes de unir nas mesmas oficinas de costura, nas mesmas cozinhas industriais, nas mesmas salas de aula, damas da alta sociedade e mulheres provenientes das classes sociais mais baixas.

Em Santo Amaro não foi diferente. Senhoras das principais famílias do município unidas a outras não tão abastadas uniram-se e criaram a "Cruzada Feminina de Santo Amaro". Apoiadas pelas autoridades locais, esforçaram-se em prestar toda a assistência necessária à população e principalmente às famílias daqueles que haviam partido para a luta. Foi escolhido para ser sede da Cruzada o Grupo Escolar de Santo Amaro onde, em agosto de 1932, não se iniciou o segundo semestre letivo, ficando suspensas as aulas até o final do conflito.

O Grupo Escolar de Santo Amaro havia sido fundado em 12 de novembro de 1910 e contava no ano letivo de 1931 com 756 alunos, distribuídos em 4 turnos e 19 classes e era dirigido pelo Prof. Rodrigo Rodrigues Rosa.

Ficava localizado ao lado do prédio da Prefeitura Municipal na Praça Floriano Peixoto. Foi demolido na década de 60 durante obras de revitalização da praça.



Grupo Escolar de Santo Amaro na década de 30

Em 7 de setembro de 1932 passou a funcionar também no Grupo Escolar o "Posto de Preparação Militar" responsável por alojar e ministrar instrução a soldados voluntários que ainda se juntariam à CIESA até o término do conflito. O posto tinha como instrutor o 2º Sargento da Força Pública Oscar Àvila.  

Outros serviços de apoio foram criados em Santo Amaro tais como: a construção de uma pista de pouso de emergência para a aviação constitucionalista (em 29 de julho) e a criação de um serviço municipal de abastecimento das tropas em combate (em 22 de agosto).


Bibliografia

DONATO, Hernani. A Revolução de 32, Abril S.A Cultural e Industrial, 1982;

GUERRA, Juvencio; GUERRA, Jurandyr. Almanack Comemorativo do 1º Centenário do Município de Santo Amaro. São Paulo: Graphico Rossolillo, 1932;

CALDEIRA, JOÃO NETTO. Álbum de Santo Amaro: A história dos Santamarenses, Bentivenga e Netto, 1935








sexta-feira, 7 de novembro de 2014

TENENTE WALDEMAR TEIXEIRA PINTO: OFICIAL  MÉDICO DA CIESA


O Dr. Waldemar Teixeira Pinto nasceu em São Paulo no ano de 1905, filho de Francisco Antonio Teixeira Pinto e Maria Rosa Pinto. Realizou estudos primários no Grupo Escolar do Brás e secundários no Ginásio do Estado quando já demonstrava interesse em seguir a carreira de médico. Matriculou-se na Faculdade de Medicina da Capital na qual doutorou-se, em 1928, com a tese "Contribuição ao Estudo da Loco-Vacina - Erisipela".

Mudou-se para Santo Amaro em fevereiro de 1929 na qualidade de médico da The São Paulo Light & Power Company, mantendo-se neste emprego por um ano e depois de dele desligar-se passou a clinicar na cidade. Era um dos médicos mais conhecidos e respeitados de Santo Amaro. Residia e atendia a seus pacientes em um palacete situado à Av. Adolfo Pinheiro, nº 272. Foi presidente do Club Bandeirantes de Santo Amaro e diretor do Santo Amaro Tennis Club, duas associações que reuniam a elite santamarense dos anos 30 e 40.

Com a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932 tornou-se oficial voluntário (1º Tenente Médico) da Companhia Isolada do Exército de Santo Amaro - CIESA participando efetivamente das operações da Companhia em Santos e na frente sul-litorânea.






Soldados Voluntários Santamarenses em frente ao consultório do Dr. Waldemar na Av. Adolfo Pinheiro (Julho de 1932)