sexta-feira, 30 de junho de 2017

CAPITÃO REINALDO SALDANHA DA GAMA



Reinaldo Ramos Saldanha da Gama nasceu no Rio de Janeiro, bairro de Vila Isabel, em 1º de março de 1905. Em 1921, assentou praça no 2º Regimento de Infantaria, sediado na Vila Militar, no Rio de Janeiro, com destino à Escola Militar do Realengo, na qual ingressou como Cadete em março de 1922, depois de aprovado em concurso de admissão.

A 5 de julho daquele ano, tomou parte no levante da Escola Militar que apoiou a insurgência de outras unidades militares contra o Governo Federal. A primeira revolta tenentista, cujos grandes protagonistas foram os “18 do Forte de Copacabana”, foi o batismo de fogo do jovem Cadete Saldanha da Gama.

Devido a sua participação na frustrada revolta, foi preso e teve sua matrícula trancada na Escola Militar do Realengo. Solto, meses depois, deixou o serviço ativo do Exército.

Em março de 1923, matriculou-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Naquela instituição de ensino formou-se, em 1925, Engenheiro Geografo e em 1929, Engenheiro Civil. Foi engenheiro da Prefeitura de São Paulo entre 1929 e 1930.

Tomou parte na Revolução de 1930, como capitão comissionado, ao lado da legalidade. Entretanto, em consequência da vitória do movimento revolucionário e da anistia então concedida aos ex-cadetes de 1922, reverteu ao serviço ativo do Exército no posto de 1º Tenente da Arma de Engenharia, passando a cursar a Escola Provisória, instalada naquela ocasião, para atualizar, ou melhor, para reajustar o curso dos ex-cadetes de 22.

Volta a São Paulo em 1931, posto à disposição da Força Pública de São Paulo na qual assume a Chefia do Serviço de Engenharia, comissionado no posto de Capitão. No começo de 1932 integra-se ao movimento pela autonomia perdida pelo Estado de São Paulo e pela volta do Brasil ao regime constitucional. Em 31 de março de 1932 demite-se do Exército para permanecer na Força Pública, ao lado do povo paulista.

Durante os preparativos para o início da Revolução Constitucionalista projetou e construiu um tanque lança-chamas sobre um chassis de trator agrícola. Pesado e de manobra difícil serviu, contudo, para abalar a moral e levar pavor às tropas ditatoriais que o defrontaram.

Tanque blindado projetado e construído pelo Cap Saldanha da Gama em 32

Esteve em combate no Vale do Paraíba a frente de um batalhão que levava seu nome. Comandando o Batalhão Saldanha da Gama combateu até o final de nossa Guerra Cívica em localidades como Queluz, Lavrinhas, Cruzeiro, Lorena e Cunha.

Após a Revolução dedicou-se à carreira acadêmica como professor da Escola Politécnica da USP e de geologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da mesma universidade. Com a instituição do Estado Novo, em 1937, foi destituído de suas funções e passou mais alguns meses preso.

Em junho de 1942, foi convocado novamente para o serviço ativo do Exército no posto de Capitão, como encarregado de todos os assuntos relativos à Mineração e Metalurgia de metais não ferrosos, necessários ao esforço de guerra. Em 1945 integrou a Força Expedicionária Brasileira – FEB sendo designado para a chefia do Serviço Especial no Estado Maior da 1ª Divisão de Infantaria Divisionária. Neste cargo veio a desempenhar funções da maior responsabilidade e importância para o feliz êxito da FEB, na luta contra o inimigo, nos campos de batalha da Europa.

Reinaldo Saldanha da Gama foi membro e presidente do Conselho Supremo da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC. Foi também Presidente da Diretoria Executiva da Sociedade por mais de um mandato, entre o fim dos anos 70 e o começo dos 80.

Faleceu em 1990, aos 95 anos.


Saldanha da Gama condecorando o Presidente Figueiredo em julho de 1982