terça-feira, 9 de agosto de 2016

IBRAHIM NOBRE – O Tribuno da Revolução Constitucionalista de 1932




Nasceu em 19 de fevereiro de 1888 na cidade de São Paulo. Graduou-se pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1909. Iniciou sua carreira pública como delegado de polícia trabalhando nas cidades de Salesópolis, Santos e posteriormente como titular da Delegacia da Ordem Política e Social de São Paulo. Em 1927 foi nomeado Promotor Público da Capital, posto que ocupava quando foi deflagrado o movimento revolucionário de 9 de julho de 1932: a Revolução Constitucionalista.

Da Epopeia de 32 participou ativamente. Dono de excelente oratória inflamava a população paulista com seus discursos em praça pública e por isso ganhou o título de Tribuno da Revolução de 1932.

Ainda em janeiro de 1932 publicou no jornal A Gazeta o texto “Minha Terra, Minha Pobre Terra” no qual discorria sobre a situação humilhante e vexatória a que São Paulo vinha sendo submetido desde a Revolução de 1930. A publicação lhe rendeu admiradores em São Paulo e inimigos no Governo Provisório.  Discursou, convocando a população à insurreição, nos grandes comícios organizados na Capital nos dias 25 de janeiro, 24 de fevereiro e 23 de maio de 1932. Nesse fatídico dia liderou um grande grupo de populares para solicitar apoio à causa paulista aos comandos do Exército, na rua Conselheiro Crispiniano, e à Força Pública, na avenida Tiradentes. Em seguida conduziu o povo ao Palácio dos Campos Elísios concitando o então Interventor Pedro de Toledo a escolher um lado: o de seus conterrâneos paulistas, pela redemocratização do país, ou o do ditador Getúlio Vargas:

“Estamos algemados e algemados dentro de uma senzala. Vossa Excelência, senhor Pedro de Toledo, está preso conosco. Vossa Excelência deve sair dela e com esses homens vir à rua reivindicar a nossa liberdade. Vossa Excelência é um homem velho, está no fim da vida e deve escolher entre um simples epitáfio ou uma estátua”
Ibrahim Nobre, 23 de maio de 1932

                               
Ibrahim Nobre em 1932
Pedro de Toledo
                                                                                                                                                                                                        
Após o nove de julho alistou-se como soldado raso em um batalhão que levava seu nome e combateu sob o comando do Coronel Pedro Dias de Campos no Setor Sul do Estado, em cidades como Ourinhos, Avaré, Xavantes, Ipaussú e Santa Cruz do Rio Pardo.

Com a derrota paulista foi preso e exilado para Portugal junto a outros líderes da Revolução Constitucionalista. Anistiado, retornou ao país em 1934.

Só retomou sua carreira no Ministério Público de São Paulo em 1938 por ato do então Interventor Federal em São Paulo Adhemar de Barros ficando, entretanto, em disponibilidade, só efetivamente reassumindo suas funções em 1947 como 7º Promotor Público da Capital. Pouco depois foi promovido a Subprocurador Geral de Justiça cargo no qual permaneceu até sua aposentadoria em 1949.

Em 1960 entrou para a Academia Paulista de Letras na cadeira de número 21, anteriormente ocupada pelo jurista Plínio Barreto.
Faleceu em 8 de abril de 1970.

Foi inicialmente sepultado no Cemitério São Paulo vestindo sua beca de Promotor, conforme desejo manifestado em vida. Em 1977, seu corpo, juntamente com as cinzas de sua esposa, foi transladado para o Mausoléu ao Soldado Constitucionalista do Ibirapuera em um comovente cortejo fúnebre.

Empresta seu nome a uma escola estadual, no bairro do Campo Grande, distrito de Santo Amaro.

Referência


Nenhum comentário:

Postar um comentário