quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

CORONEL ROMÃO GOMES

“Como é possível conseguir de uma tropa que conserve sempre o espírito ofensivo dos primeiros dias, ou melhor, a eficiência cada dia mais aumentada? Muito fácil. Apenas três coisas deve fazer o chefe. Alimentar os homens, fazer-lhes justiça, conduzi-los. O que tudo se pode resumir nesta expressão: comandar a tropa!”
Romão Gomes, 1933

ROMÃO GOMES

Romão Gomes nasceu em 27 de junho de 1890 na cidade de São Manoel do Paraíso, São Paulo. Sentou praça na Força Pública de São Paulo junto ao 2º Batalhão de Caçadores Paulistas em 13 de julho de 1914. Promovido a cabo em 8 de julho de 1915, a furriel em 1º de outubro de 1916, a  2º sargento em 17 de março de 1917.  Em 1º de maio de 1921 matriculou-se como aluno do Curso Especial Militar do Corpo Escola (embrião da atual Academia de Polícia Militar do Barro Branco) de onde saiu declarado aspirante-a-oficial em 18 de janeiro de 1923. Foi promovido a 2º tenente em 14 de agosto de 1923, por estudo. Em 4 de novembro de 1924 foi promovido a 1º tenente e em 21 de julho de 1925 a capitão. Estas duas últimas promoções em decorrência de sua participação defendendo a legalidade na revolta tenentista de 1924 na cidade de São Paulo.

Participou ainda, novamente ao lado da legalidade, da Revolução de 1930 em São Paulo e no Paraná. Em todas as campanhas das quais participou recebeu elogios pela bravura, ardor militar e sentimento patriótico. Prestou ainda relevantes serviços ajudando a população durante o surto de gripe espanhola que assolou a capital em 1918. Quando promovido a capitão foi classificado no Curso Especial Militar inicialmente como professor de instrução militar e depois como titular da cadeira de matemática do referido curso.

De origem humilde, com muito esforço conseguiu concluir o 2º grau no Ginásio do Estado concomitantemente com o desempenho de suas funções na Força Pública. Demonstrando ainda grande determinação e empenho nos estudos, o “meganha” Romão conseguiu ser aprovado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Lá diplomou-se e colou grau no curso de ciências jurídicas e sociais em abril de 1932 (Turma 101).

Teve participação de destaque durante a Revolução de 1932. Já em 10 de julho desfilava pelas ruas da capital como comandante do 1º Batalhão Paulista de Milícia Civil (1º BPMC), batalhão composto basicamente por voluntários que atenderam o chamado da nobre causa constitucionalista. De todos os batalhões de voluntários constituídos durante a Revolução, talvez tenha sido o 1º BPMC o mais vitorioso. Formado por aproximadamente 450 jovens, teve apenas quinze baixas durante o conflito: 3 mortos e 12 feridos. Unido a outros batalhões formou a famosa Coluna Romão Gomes.  Este contingente esteve em combate no Setor Leste, divisa com Minas Gerais, nas cidades atendidas pela antiga Estrada de Ferro Mogiana como, por exemplo, São José do Rio Pardo, São João da Boa Vista, Águas da Prata, Caconde, São Sebastião da Grama, Casabranca, etc. A Coluna Romão Gomes ficou famosa por não ter perdido nenhuma batalha durante toda a campanha, por isso recebendo a alcunha de “Coluna Invicta”.

Romão Gomes (dir.) transmite ordens a um oficial na estação de Casabranca em setembro de 1932


Líder nato, dizia-se capaz de transformar qualquer jovem voluntário em um verdadeiro combatente a serviço da lei e da ordem. Os feitos de seu batalhão chegavam dia a dia à capital, pelos jornais e pelo rádio, fazendo de Romão Gomes um dos mais conceituados líderes militares da Revolução.

Devido ao enorme prestígio conseguido durante a campanha militar revolucionária, o então capitão Romão Gomes seria, durante o movimento, promovido a major e a tenente-coronel.

Ao final da Revolução foi preso e exilado. Anistiado, retorna ao país e recupera seu posto e sua patente na Força Pública. Em 1935 é eleito deputado para a constituinte estadual.

Em 1937, já no posto de coronel e após haver ocupado o cargo de Consultor Jurídico da Força Pública, integrou a primeira turma de juízes do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo do qual foi presidente entre 1939 e 1944.



Desde 15 de dezembro de 1975 empresta seu nome ao presídio da Polícia Militar de São Paulo.

Faleceu em 10 de janeiro de 1946, aos 55 anos, na cidade de São Paulo.

Seus restos repousam hoje no Mausoléu ao Soldado Constitucionalista do Ibirapuera.


REFERÊNCIAS

LEVY, Herbert – A Coluna Romão Gomes. São Paulo, Ed. Saraiva, 1933.

Jornal Folha da Manhã de 14 de setembro de 1932




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