sexta-feira, 11 de março de 2016

MONUMENTO MAUSOLÉU AO SOLDADO CONSTITUCIONALISTA DE 1932



As primeiras ideias de construção de um monumento em homenagem aos mortos paulistas da Revolução de 32 surgiram no ano de 1934. Em 1935 foi criada uma comissão composta por ilustres paulistas: a Comissão Pró-Monumento (presidida pelo médico Dr. Benedito Montenegro) destinada a angariar fundos para a consecução do projeto. Em 1936 abriu-se concurso público para a escolha do projeto arquitetônico da obra. Venceu o projeto apresentado pelo arquiteto italiano Galileu Emendabile que tinha o nome de “32”.

Galileu Emendabile

A obra “32” tratava-se de um verdadeiro complexo arquitetônico composto de três partes: o obelisco, a praça sobre a qual se assenta o obelisco e a cripta subterrânea, ou mausoléu, a qual guarda os restos mortais de ex-combatentes e líderes da Revolução Constitucionalista de 1932.

Escolhido o projeto, muitas dificuldades encontrou a Comissão Pró-Monumento para dar início às obras. A ditadura Vargas, por razões óbvias, de tudo fez para impedir que o projeto escolhido no concurso saísse do papel. Somava-se a essa dificuldade a questão do custo total da obra. Em 1947 recursos do tesouro do Estado e doados pela população somavam a quantia de 9 milhões de cruzeiros. Entretanto, a elevação dos custos de material e mão-de-obra tornavam ainda impraticável o início da construção. Apenas em 1950, mesmo sem o dinheiro total necessário à conclusão da obra e já se encontrando o país sob regime democrático, é que foi colocada a pedra fundamental da construção do monumento. Em janeiro de 1954, por ocasião das comemorações do 4º Centenário da Cidade de São Paulo, o monumento foi precariamente inaugurado.

Primeira inauguração do monumento em 25 de janeiro de 1954

A inauguração foi concorridíssima pela população de São Paulo que acompanhou a translado dos restos dos primeiros heróis a serem colocados no mausoléu: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo cujas iniciais formam a famosa sigla MMDC.



O monumento teve sua inauguração definitiva apenas em 9 de julho de 1960.

Galileu Emendabile dimensionou o monumento, instalado em uma área de 1932 m2 ,com base no número 9 em alusão à data do início da Revolução Constitucionalista: 09/07/1932. Diversas são as referências ao número 9 na obra, e mais algumas referentes ao números 7 e 32:

- São 9 os degraus que conduzem o acesso à cripta;
- Do fundo da cripta até o ponto mais alto do monumento são 81 metros (8+1=9);
- O obelisco mede 72 metros de altura (8+1=9);
- A raiz quadrada da medida da altura do monumento – 81 metros – resulta 9;
- A diferença das alturas 81-72 = 9;
- A base quadrangular maior, situada junto ao solo, mede 9 metros de cada um dos lados;
- A base quadrangular menor, situada junto ao vértice do obelisco trapezoidal mede 7 metros de cada um dos lados;
- A largura da cripta em cruz, medindo-se o braço menor, mede 32 metros;
- Observando-se o monumento de frente, o obelisco apresenta 32 projéteis de mármore ligados entre si por barras circulares de bronze, a figurar coesão;
- Cada face do obelisco tem 576 m2 (múltiplo de 9) de superfície, revestido em mármore travertino romano clássico e esculpidas em altos relevos.

Cada face do Monumento está orientada para os 4 pontos cardeais e cada uma delas, com suas respectivas esculturas em alto-relevo, representa os 400 anos da História de São Paulo quando da primeira inauguração do monumento.



A praça, da qual emerge o obelisco, simboliza “coração da terra mãe paulista” atravessado pela “espada do martírio”. Abaixo da praça encontra-se a cripta em forma de cruz grega sustentada por arcos que lembram as tradicionais arcadas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, berço do Movimento de 32.



O Monumento Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932 é, antes de tudo, um sacrário da Lei e da Constituição, da Legalidade e da Legitimidade do Poder emanado do povo e em seu nome exercido.

Reinaugurado em dezembro de 2014, após mais de uma década fechado para reformas, o monumento encontra-se aberto à visitação pública de terça-feira a domingo, das 10 às 16 horas. A entrada é franca.

Referências



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