CORONEL
ROMÃO GOMES
“Como
é possível conseguir de uma tropa que conserve sempre o espírito ofensivo dos
primeiros dias, ou melhor, a eficiência cada dia mais aumentada? Muito fácil.
Apenas três coisas deve fazer o chefe. Alimentar os homens, fazer-lhes justiça,
conduzi-los. O que tudo se pode resumir nesta expressão: comandar a tropa!”
Romão
Gomes, 1933
ROMÃO GOMES |
Romão Gomes nasceu em 27 de
junho de 1890 na cidade de São Manoel do Paraíso, São Paulo. Sentou praça na
Força Pública de São Paulo junto ao 2º Batalhão de Caçadores Paulistas em 13 de
julho de 1914. Promovido a cabo em 8 de julho de 1915, a furriel em 1º de
outubro de 1916, a 2º sargento em 17 de
março de 1917. Em 1º de maio de 1921
matriculou-se como aluno do Curso Especial Militar do Corpo Escola (embrião da
atual Academia de Polícia Militar do Barro Branco) de onde saiu declarado
aspirante-a-oficial em 18 de janeiro de 1923. Foi promovido a 2º tenente em 14
de agosto de 1923, por estudo. Em 4 de novembro de 1924 foi promovido a 1º
tenente e em 21 de julho de 1925 a capitão. Estas duas últimas promoções em
decorrência de sua participação defendendo a legalidade na revolta tenentista
de 1924 na cidade de São Paulo.
Participou ainda, novamente
ao lado da legalidade, da Revolução de 1930 em São Paulo e no Paraná. Em todas
as campanhas das quais participou recebeu elogios pela bravura, ardor militar e
sentimento patriótico. Prestou ainda relevantes serviços ajudando a população
durante o surto de gripe espanhola que assolou a capital em 1918. Quando
promovido a capitão foi classificado no Curso Especial Militar inicialmente
como professor de instrução militar e depois como titular da cadeira de
matemática do referido curso.
De origem humilde, com muito
esforço conseguiu concluir o 2º grau no Ginásio do Estado concomitantemente com
o desempenho de suas funções na Força Pública. Demonstrando ainda grande
determinação e empenho nos estudos, o “meganha” Romão conseguiu ser aprovado na
Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Lá diplomou-se e colou grau no
curso de ciências jurídicas e sociais em abril de 1932 (Turma 101).
Teve participação de
destaque durante a Revolução de 1932. Já em 10 de julho desfilava pelas ruas da
capital como comandante do 1º Batalhão Paulista de Milícia Civil (1º BPMC),
batalhão composto basicamente por voluntários que atenderam o chamado da nobre
causa constitucionalista. De todos os batalhões de voluntários constituídos
durante a Revolução, talvez tenha sido o 1º BPMC o mais vitorioso. Formado por
aproximadamente 450 jovens, teve apenas quinze baixas durante o conflito: 3
mortos e 12 feridos. Unido a outros batalhões formou a famosa Coluna Romão
Gomes. Este contingente esteve em
combate no Setor Leste, divisa com Minas Gerais, nas cidades atendidas pela
antiga Estrada de Ferro Mogiana como, por exemplo, São José do Rio Pardo, São
João da Boa Vista, Águas da Prata, Caconde, São Sebastião da Grama, Casabranca,
etc. A Coluna Romão Gomes ficou famosa por não ter perdido nenhuma batalha
durante toda a campanha, por isso recebendo a alcunha de “Coluna Invicta”.
Romão Gomes (dir.) transmite ordens a um oficial na estação de Casabranca em setembro de 1932 |
Líder nato, dizia-se capaz
de transformar qualquer jovem voluntário em um verdadeiro combatente a serviço
da lei e da ordem. Os feitos de seu batalhão chegavam dia a dia à capital,
pelos jornais e pelo rádio, fazendo de Romão Gomes um dos mais conceituados
líderes militares da Revolução.
Devido ao enorme prestígio
conseguido durante a campanha militar revolucionária, o então capitão Romão
Gomes seria, durante o movimento, promovido a major e a tenente-coronel.
Ao final da Revolução foi preso e exilado. Anistiado, retorna ao país e recupera seu posto e sua patente na Força Pública. Em 1935 é eleito deputado para a constituinte estadual.
Ao final da Revolução foi preso e exilado. Anistiado, retorna ao país e recupera seu posto e sua patente na Força Pública. Em 1935 é eleito deputado para a constituinte estadual.
Em 1937, já no posto de
coronel e após haver ocupado o cargo de Consultor Jurídico da Força Pública,
integrou a primeira turma de juízes do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo
do qual foi presidente entre 1939 e 1944.
Desde 15 de dezembro de 1975
empresta seu nome ao presídio da Polícia Militar de São Paulo.
Faleceu em 10 de janeiro de 1946, aos 55 anos, na cidade de São Paulo.
Seus restos repousam hoje no Mausoléu ao Soldado
Constitucionalista do Ibirapuera.
REFERÊNCIAS
LEVY, Herbert – A Coluna Romão Gomes. São Paulo, Ed.
Saraiva, 1933.
Jornal Folha da Manhã de 14 de setembro de 1932
http://www.arcadas.org.br
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