IBRAHIM
NOBRE – O Tribuno da Revolução Constitucionalista de 1932
Nasceu em 19 de fevereiro de
1888 na cidade de São Paulo. Graduou-se pela Faculdade de Direito do Largo São
Francisco em 1909. Iniciou sua carreira pública como delegado de polícia
trabalhando nas cidades de Salesópolis, Santos e posteriormente como titular da
Delegacia da Ordem Política e Social de São Paulo. Em 1927 foi nomeado Promotor
Público da Capital, posto que ocupava quando foi deflagrado o movimento
revolucionário de 9 de julho de 1932: a Revolução Constitucionalista.
Da Epopeia de 32 participou
ativamente. Dono de excelente oratória inflamava a população paulista com seus
discursos em praça pública e por isso ganhou o título de Tribuno da Revolução
de 1932.
Ainda em janeiro de 1932
publicou no jornal A Gazeta o texto “Minha Terra, Minha Pobre Terra” no qual
discorria sobre a situação humilhante e vexatória a que São Paulo vinha sendo
submetido desde a Revolução de 1930. A publicação lhe rendeu admiradores em São
Paulo e inimigos no Governo Provisório. Discursou, convocando a população à
insurreição, nos grandes comícios organizados na Capital nos dias 25 de
janeiro, 24 de fevereiro e 23 de maio de 1932. Nesse fatídico dia liderou um grande
grupo de populares para solicitar apoio à causa paulista aos comandos do
Exército, na rua Conselheiro Crispiniano, e à Força Pública, na avenida
Tiradentes. Em seguida conduziu o povo ao Palácio dos Campos Elísios concitando
o então Interventor Pedro de Toledo a escolher um lado: o de seus conterrâneos
paulistas, pela redemocratização do país, ou o do ditador Getúlio Vargas:
“Estamos
algemados e algemados dentro de uma senzala. Vossa Excelência, senhor Pedro de
Toledo, está preso conosco. Vossa Excelência deve sair dela e com esses homens
vir à rua reivindicar a nossa liberdade. Vossa Excelência é um homem velho,
está no fim da vida e deve escolher entre um simples epitáfio ou uma estátua”
Ibrahim
Nobre, 23 de maio de 1932
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Ibrahim Nobre em 1932 |
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Pedro de Toledo |
Após o nove de julho
alistou-se como soldado raso em um batalhão que levava seu nome e combateu sob
o comando do Coronel Pedro Dias de Campos no Setor Sul do Estado, em cidades
como Ourinhos, Avaré, Xavantes, Ipaussú e Santa Cruz do Rio Pardo.
Com a derrota paulista foi
preso e exilado para Portugal junto a outros líderes da Revolução
Constitucionalista. Anistiado, retornou ao país em 1934.
Só retomou sua carreira no
Ministério Público de São Paulo em 1938 por ato do então Interventor Federal em
São Paulo Adhemar de Barros ficando, entretanto, em disponibilidade, só
efetivamente reassumindo suas funções em 1947 como 7º Promotor Público da
Capital. Pouco depois foi promovido a Subprocurador Geral de Justiça cargo no
qual permaneceu até sua aposentadoria em 1949.
Em 1960 entrou para a
Academia Paulista de Letras na cadeira de número 21, anteriormente ocupada pelo
jurista Plínio Barreto.
Faleceu em 8 de abril de
1970.
Foi inicialmente sepultado
no Cemitério São Paulo vestindo sua beca de Promotor, conforme desejo
manifestado em vida. Em 1977, seu corpo, juntamente com as cinzas de sua esposa,
foi transladado para o Mausoléu ao Soldado Constitucionalista do Ibirapuera em
um comovente cortejo fúnebre.
Empresta seu nome a uma escola estadual, no bairro do Campo Grande, distrito de Santo Amaro.
Referência