No próximo dia 30 de julho, às 10:30h, será lançada a Pedra Fundamental do futuro Obelisco ao Soldado Santamarense. A obra, que é uma iniciativa do Centro das Tradições de Santo Amaro (CETRASA), tem por objetivo homenagear os mais de 300 soldados de Santo Amaro que, em 1932, lutaram por democracia e liberdade contra a ditadura de Getúlio Vargas. O evento ocorrerá na Praça Edmundo Zenha, ao lado do Museu de Santo Amaro e será aberto ao público.
sábado, 23 de julho de 2016
quinta-feira, 7 de julho de 2016
OS BATALHÕES INFANTIS NA REVOLUÇÃO
CONSTITUCIONALISTA DE 1932
Os batalhões de voluntários
ou “batalhões patrióticos” foram fundamentais para o esforço de guerra dos
paulistas em 1932. Estima-se que 100 mil rapazes se alistaram para combater a
ditadura Vargas entre julho e setembro daquele ano. Porém nem todos chegaram a partir
para o front devido à falta de fuzis para todos. Não mais do que 10 mil voluntários participaram
de combates na Revolução de 32.
Integrar um batalhão de
voluntários era uma honra e um compromisso desses jovens com São Paulo e com o
Brasil. Vagas em alguns desses famosos batalhões como o “Piratininga”, o “14 de
julho” ou o “Borba Gato”, chegavam a ser compradas por jovens paulistas ávidos por
entrar em combate empunhando seus fuzis nas trincheiras da lei.
Entretanto nem todos os homens em idade compatível com o
serviço militar se alistaram.
Com o intuito de estimular
aqueles que muitas vezes por medo não se voluntariavam e exaltar valores como o
civismo e o patriotismo na população foram criados os batalhões infantis. Meninos
vestidos com fardas cáqui, bibicos ou pequenos capacetes de aço e empunhando
simulacros de armas de fogo marcharam pelas ruas de São Paulo. Meninas vestidas
como enfermeiras. As pequenas paradas emocionaram a população paulista e deixaram
muitos rapazes em situação constrangedora...
Aureliano Leite – um dos
fundadores da Sociedade MMDC e personagem importantíssimo da Revolução – narra em
sua obra “Martírio e Glória de São Paulo” seu testemunho de um desses desfiles
ocorrido em 6 de agosto de 1932:
“Para
os lados da Avenida São João, na direção do Correio, desfilavam tropas,
ladeadas da multidão. O curioso era que minha vista não alcançava os soldados.
Achei esquisito. Apressei o passo. Era uma companhia de molecotes. Trinta
crianças, bonés de jornal, facões de madeira e supostos clavinotes nos ombros,
passo cadenciado e firme, marchavam solenemente. A bandeira trazia essa
legenda: Se for preciso nós também iremos!”
*Clavinote: Pequena clavina ou
carabina
Bibliografia
LEITE,
Aureliano. “Martírio e Glória de São Paulo”. Editora Revista dos Tribunais. São
Paulo: 1934, p. 201.
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