O 22º Aniversário da
Revolução Constitucionalista em Santo Amaro
O ano era 1954. A cidade de
São Paulo, em 25 de janeiro, havia comemorado seus 400 anos. Em Santo Amaro, a
9 de julho do mesmo ano, comemorava-se o 22º aniversário da Revolução
Constitucionalista de 1932.
O bairro, outrora cidade,
estava em festa. Muitas casas ostentavam nas fachadas orgulhosamente a bandeira
paulista. Nenhum santamarense naquele dia deixou de reverenciar a Epopeia Cívica
Paulista que pouco mais de duas décadas antes ajudou a mudar a história do
Brasil.
No mesmo dia, no Cemitério
de Santo Amaro:
“Cerimônia tocante foi realizada junto
ao túmulo do herói santamarense Delmiro Sampaio, que repousa em berço
esplêndido e cercado da admiração de todos aqueles que conhecem a sua história
de idealista e paulista que amava o Brasil. A solenidade foi de uma emotividade
sem par, vendo-se em torno à sepultura considerável multidão que estampava no
rosto a emoção daquele instante de veneração, mas também o orgulho de estar ali
cultuando a figura de um herói valoroso e que deu em holocausto à pátria o que
de melhor possuía: a sua vida moça e o seu sangue generoso.”
No
Cemitério de Santo Amaro reuniram-se para prestar homenagens junto ao túmulo do
Voluntário Delmiro Sampaio homens que haviam, em 32, integrado a Companhia
Isolada do Exército de Santo Amaro – CIESA. Entre eles estavam: o comandante Capitão
Luiz Martins de Araújo, o tenentes Waldemar Teixeira Pinto, Sebastião Rodrigues
Campos, Waldomiro da Cunha Lobo e Goberto de Paula Avelar. Os sargentos Oswaldo
Machado, Ricardo Grassmam e João Baptista Cataldo. Presentes ainda estavam os
ex-combatentes: Jaime Marques, Olavo Luz, Ricardo Nascimento, Guaracy P. de
Alcântara, Arlindo Machado, José de Oliveira Andrade, João Brito, Alfredo Lacerda,
Francisco Comenale e Plínio Negrão.
Plínio Negrão além de ex-combatente constitucionalista foi professor dos mais
conhecidos em Santo Amaro. Hoje uma rua da Granja Julieta e um colégio estadual
da Vila Cruzeiro levam seu nome.
Plínio Negrão |
Plínio
Negrão e seu filho Milton trabalharam vários dias no túmulo do Voluntário
Delmiro a fim de ornamentá-lo para aquele 9 de julho de 1954. Juntos pintaram-no,
poliram sua placa de bronze, cobriram-no de flores e bandeiras artísticas.
Túmulo do Voluntário Delmiro Sampaio em 9 de julho de 1954 |
Antiga placa que indicava a Rua Voluntário Delmiro Sampaio semelhante à que estava sobre seu túmulo |
Compunham a Comissão Organizadora das festividades do 9 de julho de 1954 em Santo Amaro: Walter Kivi, Teodoro Romano, Reinaldo Finucci, Achilles Ruggiero, Carlos Sgarbi Filho e Ulisses de Moraes.
Cemitério de Santo Amaro nos dias atuais |
Obs: Os restos mortais do Voluntário Delmiro Sampaio foram transladados do Cemitério de Santo Amaro para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista do Ibirapuera em julho de 1957.
REFERÊNCIAS
Revista Interlagos edição de julho de 1954
maps.google.com
www.facebook.com/pages/Homengem-ao-Colegio-Plinio-Negrão-1960-a-2014